sábado, 27 de março de 2010

O meu poeta de sempre.

Como sabem tenho esta fascínio pelo Ary dos Santos e pelos seus poemas e é raro conseguir dissociar a obra do seu autor, um homem cheio de contradições e poucas angústias, livre, publicitário de profissão, terno, viveu na Rua Da Saudade, aliado dos "sem" (como ele diria os sem-emprego, dos sem-casa, dos sem-terra, dos sem-justiça, dos sem-liberdade), irónico, teatral, viciado em gin, temperamental, generoso, alegre, intempestivo, forte, dramático, feliz, às vezes dado a hipocrisias e rosnadelas, morreu novo mas também nunca seria um velho. É a humanidade do Ary que admiro.
E aqui deixo aquela que para mim é a mais biogáfica letra do Ary.

Sentimento telúrico.

Deus das pequenas coisas.

A prova do meu bom acordar!

Heróis Imaginários

Já vi este filme há uns anos e últimamente por razões de ordem diversa tenho-me lembrado desta frase:
Sandy Travis: Look, you can tease, torture, punch, drive drunk with me. I can forgive you. Hell, I can understand it, I'm a good Christian. You know, I can forgive and forget. But, um, you mess with my kid, and may God himself descend from heaven to protect you. Because as long as I live - and I *will* outlive you all - I will wake up, and go to sleep at night, just dreaming up ways to make your petty, insignificant lives into hell on earth. You fuck with my kid again, you fuck with him... and I will fuck with everything you hold dear.

Crónica do Rui Zink dedicada às mulheres, mas eu (felizmente) já conheci alguns homens assim.

"O que eu soube sempre sobre as mulheres, mas tive à mesma que perguntar."
"Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers
e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que te tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de bondade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até a mais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça, mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos - elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco." (Crónica de Rui Zink, professor e escritor, no jornal gratuito, O Metro. Publicada a 8/03/2010.)

terça-feira, 23 de março de 2010

Les plaisirs

Almoço tardio junto ao rio com direito a conversa intelectualmente estimulante.

Discours des autres

Interrogada uma amiga sobre um flirt que estava a ter eis que veio esta resposta:
"- Não me apetece contar a história mas em resumo fui com ele para Amesterdão e deixei-o lá."

Maçãs de Junho

Muito obrigado a todos pela noite de ontem. Estava com saudades nossas.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Le Gourmand

O Largo é o nome do novo espaço gastronómico que acaba de abrir no Chiado em Lisboa, no Largo do Teatro S. Carlos. Confesso que me tinha passado despercebido até ao convite para o ir visitar.
Chegados à entrada fomos logo bem recebidos e convidados a entrar e como um dos gourmands ainda estava atrasados decidimos ir para o bar onde nos foi servido a pedido um café e um martini.
Comecei então por degustar o espaço e localização histórico, situa-se nos antigos claustros do Convento da Igreja dos Mártires no Chiado, e pretende criar um espaço descontraído ideal para negócios e lazer.
O Largo encontra-se dividido por em um piso principal, que atravessa o edifício, e uma mezzanine, onde se misturam o estilo da arquitectura original com elemento modernos de design moderno em branco, preto, verde alface e fuschia.

A companhia daqueles que amamos também ajudou muito.

A cozinha é gerida pelo Miguel Castro Silva, num investimento que rondou 1,5 milhões de euros
e todos os pratos têm a sua assinatura.


Não menos importante tem espaço para fumadores. A ementa não vou revelar porque vale a pena a visita e o factor surpresa, mas posso-vos que garantir que das entradas às sobremesas passando pela carta de vinhos não tenho uma´única repreensão a fazer.

Esta música lembra-me sempre outono, quinta, vindimas e como é na terra que sou feliz.

Contradizer-me me dà-me a segurança de que atingi a verdade possível , Agostinho da Silva

Comentário que um querido amigo e comunista escreveu no Facebook depois de ter reparado que me juntei a um grupo de nome Revolução Social:

"Bruno aderiu ao grupo REVOLUÇÃO SOCIAL. · Comentar Gosto Não gosto! · Ver resposta (1)Ocultar Feedback (1)
Tiago Vieira um dia a elogiar o PSD, no outro a juntares-te a revoluçao social! se alguem te percebe. Presumo entao que dia 26 vais a manif ;)"

Le Bonheur

"Ao fim de pouco mais de um ano na Casa Branca, o Presidente Barack Obama pode reclamar um extraordinário feito político que escapou aos seus antecessores nos últimos cem anos: a assinatura da mais profunda reforma do funcionamento do sistema de saúde norte-americano, que aproxima os Estados Unidos da cobertura universal em termos de cuidados médicos.", Público

Tout est fini

sexta-feira, 19 de março de 2010

Discours des autres

Frase proferida por uma amiga e destacada militante do PSD: "Santana foi como Paris, pensei que não me deslumbrasse, mas o charme está lá."

PEC

Tinha um texto todo articulado e racional para colocar aqui, mas decidi fazer um resumo: Que se foda o PEC e com ele o governo.

Épanchement de cœur

Sabem aquela sensação fútil de só nos lembrar-mos das coisas ideais para dizer quando já não estamos ao pé da pessoa?

Discours des autres...

Hoje enquanto lia o jornal e tomava o café ouvi na mesa ao lado: "Deus deu asas às galinhas num comportamento muito sádico de, eternamente, as querer ver a ter esperança de um dia poderem voar".

Shadowlands

"Harry : Christopher can scoff, Jack, but I know how hard you've been praying; and now God is answering your prayers.

C.S Lewis: That's not why I pray, Harry. I pray because I can't help myself. I pray because I'm helpless. I pray because the need flows out of me all the time, waking and sleeping. It doesn't change God, it changes me."

quarta-feira, 17 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

O maior cego é aquele que não quer ver.

«Não me arrependo de ter feito o que um candidato a líder deve fazer, que é saber ultrapassar divergências que possam existir, para poder acrescentar em união ao partido», respondeu, questionado pelo SOL. Sobre este episódio, que ontem irritou Alberto João Jardim, o candidato conclui: «Estou satisfeito». Quando lhe perguntaram o que lhe correu mal, respondeu de pronto: «Nada!», Sol

"Famiglia" PSD

Este sábado como não poderia deixar de ser foi dedicado a ver o congresso do PSD, mais que os partidos de esquerda, nos quais ideologicamente me posiciono, sempre tive uma espécie de fetiche voyeur e atracção por partidos de direita, a juntar a isto pelo PSD ainda nutro um carinho.
Gostei de ver o PSD novamente como ele é, aguerrido, confessional, truculento, romântico, temperamental. Enfim um partido "famiglia" onde se fala alto, se discute muito, às vezes se chora, mas que invariavelmente todos acabam nos braços uns dos outros numa cândida ternura.
Ver o Aguiar Branco sair da sua pose fidalgal para levantar a voz (coisa que deve ter arrepiado os seus amigos do Clube Inglês no Porto)para se dirigir às massas em voz inflamada numa tentativa frouxa de mobilização foi bonito de se ver. Ele há coisas que um aristocrata de deixar ao povo.
Ver o Paulo Rangel com discurso a pedir a "des-socratização" num discurso tão socratizado no seu estilo não deixa de ser irónico. O discurso de Rangel parecia um bom trabalho prático de fim de curso de uma cadeira de marketing político. Quando todos vêem as óbvias semelhanças entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho eu vejo-as entre Rangel e Sócrates. O mesmo vigor na campanha de rua, a mesma assertividade, a primazia da forma sob o conteúdo, a falta de lealdade, o estilo comunicacional, as promessas tipo "com um vestido preto nunca me comprometo".
Ver o Pedro Passos Coelho com síndrome de Peter Pan apanhou-me desprevenido. Apesar de intimista estava a gostar do seu discurso respondendo de forma inteligente, eis se não que alguém o manda olhar para o relógio e surge o Passos Coelho dos seus tempos de "jota","enfant térrible" que se recusa a crescer e a "espingardar" para todo o lado ora insinuando que estava a ser roubado no tempo ora pedindo para ser perdoado.
Tudo isto sob o olhar umas vezes atento outras entediado da "mamma" Manuela Ferreira Leite que não dando a sua bênção nenhum vai-se deixando namorar por todos.
Gosto do PSD.

No príncipio...