quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mémoires

Freud


Indecisão...





Cada vez maiores e mais bonitos...

Os dois girassóis, a alfazema, as margaridas e os amores perfeitos. Rico jardim que este ano vamos ter para as noites de verão.

Corte no ‘rating’

S&P cortou o ‘rating’ de Portugal e da Grécia. O custo da dívida disparou. Governo e oposição concertam posições. E começamos a sofrer as consequências da especulação financeira, convém não esquecer que foram em empresas como a S&P que não deram pelo chegar desta crise, para além da sempre pertinente questão de quem controla estas agências.

Semana da responsabilidade social.


Ego

"Ego (al. ich, "eu") designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento humano: a satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente, entre esses e as exigências do superego[1][2].
Para Carl Gustav Jung, o Ego é um complexo; o “complexo do ego”. Diz ele sobre o Ego: “É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória."
Agora imaginem uma desordem no ego...

Chanson du jour

terça-feira, 27 de abril de 2010

Gosto tanto deste poema...

Canção Grata, Carlos Queiroz

Por tudo o que me deste:
- Inquietação, cuidado,
(Um pouco de ternura? É certo, mas tão pouco!)
Noites de insónia, pelas ruas, como louco…
Obrigado, obrigado!

Por aquela tão doce e tão breve ilusão.
(Embora nunca mais, depois que vi desfeita,
Voltarei a ser quem fui), sem ironia: aceita
A minha gratidão!

Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
Mais forte, mais sereno, e livre, e descuidado…
Sem ironia, amor: Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ambulâncias passam a pagar estacionamento no IPO de Lisboa - WTF??

"A partir de hoje, o estacionamento é pago no recinto do Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, após a primeira meia hora. A administração do IPO diz que o objectivo é acabar com o “parqueamento selvagem” e garantir o cumprimento das normas de segurança."

Rabo de Peixe


Mémoires




Coimbra, 16 de Maio de 2006

Ex.mo Sr. Director do
Centro do Educativo dos Olivais


No âmbito da preparação para o sacramento do Crisma que alguns residentes do Centro Educativo dos Olivais têm vindo a realizar ao longo deste ano, vimos por este meio solicitar a autorização ao Senhor Director para a realização de uma Missa no CEO a decorrer no dia 18 do corrente mês entre as 17h e as 18h.
Para mais algum esclarecimento pode contactar com o catequista Bruno Amaral através do número 914939252 ou o Centro Universitário Manuel da Nóbrega através do 239829712.
Sem mais de momento e desde já agradecendo a sua disponibilidade despeço-me com cordiais saudações:

Bruno Amaral
____________

Apanhado pelo google maps...


Gosto tanto deste poema...

Devia morrer-se de outra maneira, José Gomes Ferreira

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir
à despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão subtil... tão pólen...
como aquela nuvem além (vêm?) — nesta tarde de Outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

Perfect


Two fat ladies


Enfiar as mãos dentro de uma mousse de salmão para misturar as claras, de comer frango assado com as mãos, de achar que o melhor conselheiro enquanto se está a cozinhar é um copo de vinho, de trinchar um peru, ter um visceral desprezo por vegetarianos, de fazer de cada refeição um ritual, são prazeres que partilho com estas senhoras.

Chanson du jour

domingo, 25 de abril de 2010

Il faut voir

Grey gardens um filme descoberto por acaso que me tocou pela crueldade com que os valores da época, propriedade e família, podem ser subvertidos levando duas pessoas a uma espécie loucura e decandência "chic noir".

José Pedro Aguiar Branco - O provocador!

Aguiar Branco num discurso tão provocador quanto inteligente, mais um indício de um PSD cada vez mais moderno que marca um dia que há muito estava "moralmente" adjudicado à esquerda.

sábado, 24 de abril de 2010

Chanson du jour

As pessoas da minha vida - Rita Blanco

Vou iniciar aqui uma rubrica com várias personalidades que me marcaram e admiro e começo com uma mulher de um charme inteligente e com um sentido de humor apuradíssimo, mas ela explica-se muito melhor do que eu alguma vez poderei explicá-la como podemos ver nesta resposta à pergunta que a Time Out lhe fez: "O Herman José disse de si, num artigo, que a Rita inventou “uma personagem disparatada, leve e aparentemente doida com que passa pela vida, mas que essa máscara esconde uma amiga densa, uma mãe amantíssima e uma profissional aplicadíssima”. Revê-se nessa invenção de uma personagem disparatada?
Não é só uma personagem, eu também sou assim, um bocado parva, porque não há nada melhor do que ser parvo. Aprendi desde pequenina, em casa, a não me levar muito a sério. Porque se pensarmos no mundo inteiro somos menos do que uma mosquinha e não vale a pena acharmos que somos uma grande coisa, porque não somos, somos altamente falíveis. E eu acho que partirmos desse príncipio, não nos levarmos demasiado a sério, dá--nos mais espaço, quer para nos aceitarmos – e eu acho que me aceito bastante bem, acho que tenho essa sorte e não desgosto assim tanto de mim – quer para aceitarmos os outros. Porque se nós somos falíveis os outros também são. E se aceitarmos isso gostamos mais das outras pessoas e até podemos gostar dos erros delas e daqueles momentos em que não conseguem ir mais longe."

Apalpar terreno...

Faltou a coragem ao Sr.Presidente. Da próxima em vez de usar a Renascença, podia encomendar um estudo de opinião.

Chanson du jour

Guerra do Ultramar - guerra de libertação!

Como é possível existir gente que ainda prossegue e palreia o discurso da outra senhora?

Mémoires

Mémoires

Mémoires

Mémoires

Mémoires

Mémoires

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

25 de Abril

Chanson du jour

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A perda da riqueza relativa


Cartão PS

Afinal o cartão PS não dá desconto na Galp, apenas ordenados milionários na PT, bónus chorudos na Tagus Park e viagens a Paris.

Chanson du jour

Clarividência

"Este não é o Portugal deles, esta é a face póstuma de um Portugal que eles desconhecem e abominam, que vota politicamente errado (embora votem nos únicos que dão voz aos seus interesses, tão irracionais economicamente como todos os outros interesses, como dos professores, por exemplo, ou os dos gestores), que não é fashionable, não tem "marca" nem griffe, nem aparece no Time Out dos urbanos da moda, nem tem graça para ser gozado em qualquer programa menor de humor, como os que proliferam hoje por todo o lado. Se aparecem nos jornais é como arqueologia industrial, arcaísmo, anacronismo, ou, pior ainda, folclore local, que é visto com a distanciação de uma bactéria exótica.

Os problemas sociais são para muita gente uma maçada. Melhor: as diferenças sociais e a conflitualidade que daí surge são para muita gente uma maçada. O mundo deles é constituído por uma pirâmide social que começa nos abusadores do rendimento mínimo, passa para a "classe média baixa", para a "classe média" propriamente dita, a abstracção de muitas políticas, e sobe depois para os arrivistas com dinheiro, que o Independente tratava como o "novo dinheiro", os que vêm no jet set das revistas populares, para terminar na aristocracia do "velho dinheiro", o jet set invisível da verdadeira alta. Com esta pirâmide social, tão fictícia como os Morangos sem Açúcar, não há lugar para portugueses como os mineiros de Neves Corvo." José Pacheco Pereira, in Abrupto

O PSD que fazia falta...

"Paula Teixeira da Cruz afirma que Passos Coelho não arrastou a agenda social-democrata para a direita. «Não consigo descobrir uma ideia que o PSD tenha ido buscar próxima do CDS», diz em entrevista ao SOL esta sexta-feira.
Cada vez mais o PSD se está a constituir como uma alternativa sustentada ao PS, o pó está a ser sacudido e casa a ser arejada. A democracia portuguesa sai reforçada.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Chanson du jour

Mémoires

Este é o início de um rascunho que preparei para um debate que ia fazer representando a lista R.

Debate de Listas Candidatas à DG/AAC
25 De Novembro de 04

• Projecto R

Informação:

A AAC vive da participação e mobilização dos estudantes, queremos uma informação permanente e directa, sair da Pe António Vieira para ouvir, informar e mobilizar os estudantes e sociedade civil. Queremos dar a conhecer as actividades da AAC e da cidade, estar próximo do estudante, subir ao estudante, pois AAC são os estudantes. Uma academia informada é uma academia consciente e mais participativa.

 INFORMA- ACÇÃO
Periodicidade quinzenal com linguagem directa, clara e com (...)

Gente feliz com lágrimas.

A maioria das pessoas que nós vamos conhecendo ao longo da vida está ou não feliz dependendo do momento que está atravessar. Contudo há uma categoria de pessoas que não conjugam a felicidade com o verbo estar, mas sim com o verbo ser. São as pessoas felizes, permanentemente felizes, horrivelmente felizes, incomodamente felizes.
Imaginem encontrar alguém a quem perguntamos – Então como estás? – e obtemos como resposta – Feliz!!! – chega a ser arrepiante. A primeira coisa que nos passa pela cabeça é depois de ouvir tal insensatez é: - Coitadinha anda a tomar prozac! – É-nos inconcebível que alguém seja realmente feliz neste mundo. Alguém que diz sou feliz deveria ser internada e obrigada a ver telejornais da TVI de seis em seis horas durante meio ano.
Não há em Portugal lugar para pessoas felizes sofrendo estas das mais graves discriminações. As pessoas felizes não têm amigos porque toda gente triste e deprimida se sente ameaçada pois a felicidade é encarada como uma doença infecto-contagiosa, os portugueses gostam e querem ser tristes, têm breves momentos de intensa alegria para logo se afundarem na fortaleza do seu sofrimento, veja-se o Euro. É do conhecimento geral que o Estado teve que pagar à Grécia para Portugal perder, os portugueses já não aguentavam tamanha felicidade, era algo que nós sentíamos como uma morte lenta e dolorosa, um atentado ao seu precioso espírito triste, tantas vezes entendido como realismo, como fazer cócegas até à mais severa exaustão a quem não gosta de se rir. Outro paradigma do nosso deprimido status quo foi a Expo98 deprimimos tanto quando soubemos do orçamento do evento quanto nos divertimos euforicamente e orgulhámos e fizemos questão de dizer ao mundo que somos Portugueses aquando da realização do mesmo, depois voltámos a deprimir rigorosamente quando soubemos da dívida que a Expo nos tinha deixado como legado e esquecemos rapidamente o orgulho e a festa. Nesta altura voltámos ficar para além de tristes, esquizofrénicos.
Outra forma de descriminar as pessoas felizes consiste na sua erradicação do mercado de trabalho. Ninguém contrata directores de financeiros felizes, é um paradoxo, ninguém vai a um psicólogo sorridente, quem quer ser operado por um cirurgião que solta altas e largas gargalhadas, um político bem disposto significa um político saneado, veja-se o caso Celeste Cardona. Celeste Cardona, antiga Ministra da Justiça do Governo de Durão Barroso, embaraçava um parlamento inteiro com o seu largo sorriso e sonora gargalhada, embaraçava e constrangia tanto os seus sisudos e deprimidos pares que passados meses de ter tomado posse lhe surgiram dois aneurismas, obra da nossa eficiente polícia secreta como é evidente. Assim risos, sorrisos, boa disposição e felicidade de alguém no mercado de trabalho significa que é parva ou incompetente, na maioria dos casos significa as duas coisas.
Portugal nasceu triste e deprimido com um filho violento a bater numa mãe devassa e assim quer continuar utilizando para isso todos os mecanismos de segregação às pessoas que são felizes.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Regarder à l'intérieur

Foto panorâmica em 220º de Paris.

Vale a pena espreitar.

Chanson du Jour

terça-feira, 20 de abril de 2010

Alinhamento

Elegia d’Amor

Indiferença dos Nus,

Declaração de Amor, Bruno Amaral

Música – Prelúdio nº III, A. J. Fernandes

Poema à Mãe, Eugénio de Andrade
Amar, Florbela Espanca
Não posso adiar o coração, António Ramos Rosa

Música – Perdidamente, João Gil

Olhos Negros, Almeida Garrett
Amor à Vista, Fernando Echavarría
Retrato de Amigo, Ary dos Santos
Carta a Ângela, Carlos de Oliveira
As Facas, Manuel Alegre

Música – No teu Poema, Fernando Tordo

Não te amo, quero-te! , Almeida Garrett
Desfecho, Miguel Torga
Pedro lembrando Inês, Nuno Júdice

Intimidade, Fernando Namora
Adeus, Eugénio de Andrade
Caranguejola, Mário de Sá Carneiro (excerto)

Letra para um Hino, Manuel Alegre

Música – Invenção a Duas Vozes, Bach

A verdade escondida.

É vergonhosa a atitude do PS de consecutivamente tentar desacreditar a Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI numa tentativa vã de caso o resultado da mesma não lhe seja favorável vir alegar falta de isenção. Esperava-se mais e melhor dos deputados socialistas em particular de Ana Catarina Mendes a quem reconheço a seriedade demonstrada ao longo dos anos enquanto deputada.

Carta

Escrevi esta carta algures em 2006 numa altura em que já não se escreviam, pelo conteúdo podem adivinhar o seu destinatário.

Querida Amiga,

O teu olhar há-de marcar-me para sempre, um olhar perplexo cheio de luz, doce e acerado, um olhar que me tem vindo a dominar, ousado, humilde, imperioso, mas acima de tudo obstinado.
Às vezes decides carregar o mundo aos ombros e negar toda a tua coragem, mas logo descobres estradas e regras, caminhos e tratados e voltas ao melhor de ti, a tua Loucura.
Às vezes decides ser impertinente e gelada como um sorriso de ironia, sendo difícil ouvir sequer o teu nome quanto mais resistir a insultar-te, mas logo o chão te escorrega e faz-te aquilo que és, sensível, violenta, Apaixonada.
Às vezes consegues ser irresistivelmente mansa, mas não penses que não sei ler o teu pensamento por trás da mansidão: “Você tem-me cavalgado seu safado, você tem-me cavalgado mas nem por isso me pôs a pensar como você, pois uma coisa é o que pensa o cavalo outra quem está a montá-lo”, e é por ele que te Admiro.
Às vezes vês o mundo límpido, azul celeste, calmo e belo, mas logo voltas a ti e vê-lo cruel, frenético, exigente e o teu sentido de humor volta repentinamente dizendo: “Não aguento, já fumei três maços de cigarros consecutivamente.”
Às vezes acho que estás triste. Não falaste ainda. Olhas em volta pensativa, não sei para onde. Às vezes sei que choras sozinha nas mãos que o teu rosto esconde. Estarei cá Sempre!
Sem mais de momento, apenas recordar que tal como os Amigos, nunca esquecer que Deus fez do céu um esplêndido farol, para a tristeza à noite nos deu a Lua, para a alegria do dia fez o Sol.

Do sempre teu

Bruno Amaral

Chanson du Jour

domingo, 18 de abril de 2010

Il faut voir

Regarder à l'intérieur

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Closer

Este filme do Mike Nichols é um retrato perturbador, esclarecido e real da psicologia das relações humanas, das fragilidades, dos despeitos, do perigo, dos impulsos. Impressiona a honestidade crua dos diàlogos e força dramática das palavras que se vão reduzindo a uma imagética sexual poderosa. Closer é sobre a pele, sobre o ponto de contacto, o momento a partir do qual deixamos de conseguir ver o outro ficando somente com o esforço daquilo que lhe permitido comunicar. E para terminar deixo o comentário de alguém que resumiu muito bem o filme: "Quanto mais perto chegamos de alguém, maior a probabilidade de nos magoarmos. Mas valeria a pena viver as coisas de outro modo? "

"Larry: You forget you're dealing with a clinical observer of the human carnival. Anna: Am I, now?
Larry: Oh, yes.
Anna: You seem more like the cat that got the cream, you can stop licking yourself."

Moledo


Le Gourmand

O Bubbly é um daqueles restaurantes com quem tenho uma marca afectiva. Esteve durante muitos dias registado na minha agenda de 2009. Andei por lá sentado com muita gente a discutir a vida e a conspirar negócios sempre vigiado de perto pelo Nelson (excelente chefe de mesa e ainda melhor escansão) que não me deixava faltar a coragem no copo.
É um restaurante com uma decoração masculina, muito minimalista onde estão patentes os pantones preto e cinzento com apontamentos de branco e bordeaux onde sobressai uma pequena, mas muito queirosiana , sala para os puristas do charuto que não os fumam no sítio onde comem. Talvez seja o único sítio em Lisboa onde se possa beber champanhe e comer ostras sem parecer pretensioso nem "french wanna be" apesar de eu ser um bocadinho dos dois.
Dos pratos tenho que destacar o "filete de cherne com fricassé de berbigão, polenta de figo seco e legumes salteados" (€19,80) pela frescura e erudição e o "coelho estufado em vinho e tomilho fresco, com favinhas guisadas, chalotas e nabos corados" (€16,80) pelo risco calculado bem conseguido. Nas sobremesas destaco muito pessoalmente, pois admito que não seja consensual, a "pêra confitada em espumante com ameixa, figo e frutos secos" (€5,90) pela simplicidade e requinte numa nostalgia outonal. Tudo isto se inicia sempre num ritual de ostras.
O Bubbly, que com naturalidade nos oferece Henriot ou um Billecart-Salmon, anda entre o kitsh e o chic depressa passa a trendy quando descobrimos que nasceu em pleno Bairro Alto e por lá está a ganhar raízes.


Provocação.

Esta foi uma uma provocação que decidi fazer ao ex-director do Público a propósito desta notícia .
Bruno : Zé Manel como comenta esta notícia?

Qua às 18:01 · José Manuel Fernandes: Não comento deliberação de uma órgão administrativo do Estado quando este se pronuncia sobre matérias para as quais não tem competência nem autoridade. Se o fizesse estaria a aceitar uma diminuição intolerável da liberdade de imprensa.
Qua às 18:50 · .Bruno Amaral: Não reconhece portanto legalidade à ERC para se pronunciar sobre esta matéria. Obrigado pela sua resposta.

Regarder à l'intérieur.


“(…) Tiveste durante uns tempos um gato extraordinário: grande, branco de uma arrogância e charme imperial. Quando algum ser humano se aproximava – incluindo tu – o gato erguia o rabo, virava as costas e afastava-se com passo lento e determinado. Não permitia qualquer tipo de mimo, sempre esquivo, assanhava-se se alguém lhe pretendia passar a mão pelo pêlo. Da mesma forma se recusava a dormir na cozinha – dormia ao teu lado numa almofada posta por ele próprio, mas ai de ti se ousasses fazer-lhe uma festa. Simpatizava com a personalidade solitaria desse gato, se o bicho fosse homem haveria de amar com tanta força como a que fugia desse sentimento(…)”
Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados.

Declaração de Amor

Escrevi este texto/crónica em Junho de 2005 e cinco anos passados volto a publicá-lo.
Declaração de Amor!
Meu Amor:
Venho por este meio declarar o quanto sinto por ti, o quanto me é difícil ter-te longe, o quanto te procuro num devaneio de loucura provocado pela tua ausência. Declaro solenemente aqui a necessidade sôfrega dos teus perfeitos beijos, declaro que anseio o tempo de em ti me deliciar, as horas de te abraçar, declaro saber-me bem esta seta que me bateu no peito, para ficar, desde o momento que te descobri. Declaro a vontade de mergulhar no rio que é o teu corpo, permanecer em ti molhado de alegria e desejo, declaro a vontade de te ver a sorrir, primeiro porque tens o mais belo sorriso que os meus olhos alcançaram, depois porque te amo e amo-te tanto. Declaro o êxtase que provoca em mim o teu andar seguro e imperial. Declaro que peço a Deus que nos dê o tempo a que temos direito. Declaro que tocaste o meu coração, que me descobriste para lá daquilo que sou fazendo-me nu perante ti. Declaro que gosto de esperar por ti, apenas para sentir aquele gostoso frio na barriga quando chegas. Declaro o quanto me excita a melodiosa música dos teus gemidos, quando à noite somos um. Declaro que só a ti faço poemas que escondo por um pudor apaixonado. Declaro que sinto a terra estremecer quado em ti repouso depois de fazermos amor. Declaro que te admiro, daquela admiração sincera que se sente com orgulho apenas pelas pessoas que verdadeiramente amamos. Declaro que foste Tu que me deste os melhores momentos desde que estás em mim, que foste Tu que me levantas-te quando estive caí, e só Tu sabes as vezes que caio, só TU o sentes, só a Ti te concedo o direito de me levantares, declaro que só tu me defendes e seguras quando me querem fazer vacilar, declaro que só tu apagaste com tinta branca o mal que me tentam fazer, meu amor o quanto eu fiquei feliz quando eu vi essa tinta branca de amor a reinar sobre o rancor de alguns. Declaro que só contigo tive o prazer de ver estrelas, só a Ti ofereci flôres. Declaro que és o meu grito de libertação quando sinto que estou a ser oprimido. Declaro para sempre ser teu cúmplice na alegria e na tristeza, nos desejos e vontades, na estabilidade e na confusão da vida. Declaro que só a ti faria aquela pergunta, aquela, sabes?, pronto eu digo: "Casas comigo?" Declaro a impossibilidade de te explicar isto que sinto, mas o amor é mesmo assim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Que saudades deste concerto.

Metamorfose ambulante.

Para todas aquelas pessoas chatas e cheias de certezas, teorias e filosofias, certos e errados que se engasguem com as suas certezas.

Esta mulher é do Norte, carago!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Actividade Recente

ACTIVIDADE RECENTE
Bruno aderiu ao grupo Inês de Medeiros que vá a pé a Paris (se não quiser pagar as viagens). Comentar · Gosto Não gosto Escreve um comentário...

True Blood


Não, não é mais uma série de vampiros. É uma série com vampiros que aborda com uma incrível estética gótica, recheada de humor negro, temas como a discriminação, a segregação, o desamparo do politicamente correcto e amores proibidos. Retrata uma América profunda cheia de moralidade, fanatismo religioso, preconceitos e muitas crendices. Subverte valores sem ser maniqueísta provoca-nos uma necessidade súbita de fazer um "statement". O cajun ouvido é delicioso e as personagens altamente adictas começando pelo exuberante cozinheiro gay La Fayette até à espontânea empregada de mesa Arlene. Dia 13 de Junho é sempre esperado, mas este ano não vai ser só pelo Santo António.

Vera Jardim, o ponta de lança.

Política - Vera Jardim deixa crítica implícita ao PS - RTP Noticias, Vídeo

O Fantasma do Cardeal

Passos Coelho renuncia aos cargos na Foment Invest, ou seja Passos Coelho quer passar para opinião pública uma imagem de integridade, mas também de um virtual afastamento de Ângelo Correia.

Rasganço


Le Gourmand

O Largo é o nome do novo espaço gastronómico que acaba de abrir no Chiado em Lisboa, no Largo do Teatro S. Carlos. Confesso que me tinha passado despercebido até ao convite para o ir visitar.
Chegados à entrada fomos logo bem recebidos e convidados a entrar e como um dos gourmands ainda estava atrasados decidimos ir para o bar onde nos foi servido a pedido um café e um martini.
Comecei então por degustar o espaço e localização histórico, situa-se nos antigos claustros do Convento da Igreja dos Mártires no Chiado, e pretende criar um espaço descontraído ideal para negócios e lazer.
O Largo encontra-se dividido por em um piso principal, que atravessa o edifício, e uma mezzanine, onde se misturam o estilo da arquitectura original com elemento modernos de design moderno em branco, preto, verde alface e fuschia.
A cozinha é gerida pelo Miguel Castro Silva, num investimento que rondou 1,5 milhões de euros
e todos os pratos têm a sua assinatura.
Não menos importante tem espaço para fumadores. A ementa não vou revelar porque vale a pena a visita e o factor surpresa, mas posso-vos que garantir que das entradas às sobremesas passando pela carta de vinhos não tenho uma única repreensão a fazer.
A companhia daqueles que amamos também ajudou muito.

Deus.

Here comes the sun!


Estou feliz e sei porque estou feliz! Estou feliz porque mereço e quero. Para trás fica tudo aquilo que é impaciente e caprichoso. Gosto da minha calma, das coisas que levam tempo. De olhar para a orquídea (recente presente cá em casa) e vê-la crescer sem pressas nem dramas. E sim! Sou feliz. Pelos meus proprios padrões. Sem clichés. E vão começar os jantares no terraço com os amigos de sempre. Sinto que voltei a nascer...

O Estratega!

Há muito que digo que Passos Coelho seria o melhor que poderia acontecer ao PSD, a prova viva é que já chegou a acordo com os seus adversários. Rangel vai encabeçar a lista ao CN do PSD, orgão máximo do partido, enquanto Aguiar Branco será o presidente da comissão de revião do programa do partido. Estão os dados lançados para um congresso de aclamação ao novo líder reforçando a unidade do PSD.

Regarder à l'intérieur.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pedofilia e Igreja

Como católico esperava mais da reacção da minha igreja às acusações (fundamentadas) que lhe têm sido feitas. Claro que é necessário um período de reflexão e compreensão que pode ser descabido aos olhos de quem não professe a fé católica, mas torna-se imperativo e urgente uma resposta clara e inequívoca às vítimas e aos crentes.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mad Men


Depois de alguma resistência inicial (resistência que em mim é comum num estranho mecanismo que antecede as coisas boas que me acontecem na vida) comecei a a perceber a calma tensa a que a série nos induz.
A densidade e complexidade das personagens que nos vai sendo dada a conhecer de forma discreta, a incapacidade de todas as personagens, sem excepção, serem felizes, a resistência à mudança de uma sociedade que se degladia entre o profundo traumatismo de uma guerra que parecendo distante ainda está próxima e a dicotomia entre a moralidade e a liberdade.
A série no seu mais profundo significado é uma guerra entre o ser e o parecer que atinge a sua máxima personificação no protagonista Don Draper.
Temos ainda o prazer "rétro" de ver a construção criativa de várias marcas, algumas das quais ainda povoam o quotidiano da actualidade, a política pouco ambiental da altura, o alcoolismo socialmente aceite, o papel da mulher tratado segundo a crítica de forma muito realista.
Soube posteriormente que o produtor era o mesmo de Sopranos (para mim a melhor de série de sempre) e de facto tanto uma como outra tem esta enorme capacidade de criarmos empatia com seres imperfeitos, cheios de vícios, anti-heróis.
Vou continuar a ver e presumo a gostar ainda mais.

Regarder à l'intérieur

Fantasmagorias

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." Publicado por Guerra Junqueiro em 1896