A maioria das pessoas que nós vamos conhecendo ao longo da vida está ou não feliz dependendo do momento que está atravessar. Contudo há uma categoria de pessoas que não conjugam a felicidade com o verbo estar, mas sim com o verbo ser. São as pessoas felizes, permanentemente felizes, horrivelmente felizes, incomodamente felizes.
Imaginem encontrar alguém a quem perguntamos – Então como estás? – e obtemos como resposta – Feliz!!! – chega a ser arrepiante. A primeira coisa que nos passa pela cabeça é depois de ouvir tal insensatez é: - Coitadinha anda a tomar prozac! – É-nos inconcebível que alguém seja realmente feliz neste mundo. Alguém que diz sou feliz deveria ser internada e obrigada a ver telejornais da TVI de seis em seis horas durante meio ano.
Não há em Portugal lugar para pessoas felizes sofrendo estas das mais graves discriminações. As pessoas felizes não têm amigos porque toda gente triste e deprimida se sente ameaçada pois a felicidade é encarada como uma doença infecto-contagiosa, os portugueses gostam e querem ser tristes, têm breves momentos de intensa alegria para logo se afundarem na fortaleza do seu sofrimento, veja-se o Euro. É do conhecimento geral que o Estado teve que pagar à Grécia para Portugal perder, os portugueses já não aguentavam tamanha felicidade, era algo que nós sentíamos como uma morte lenta e dolorosa, um atentado ao seu precioso espírito triste, tantas vezes entendido como realismo, como fazer cócegas até à mais severa exaustão a quem não gosta de se rir. Outro paradigma do nosso deprimido status quo foi a Expo98 deprimimos tanto quando soubemos do orçamento do evento quanto nos divertimos euforicamente e orgulhámos e fizemos questão de dizer ao mundo que somos Portugueses aquando da realização do mesmo, depois voltámos a deprimir rigorosamente quando soubemos da dívida que a Expo nos tinha deixado como legado e esquecemos rapidamente o orgulho e a festa. Nesta altura voltámos ficar para além de tristes, esquizofrénicos.
Outra forma de descriminar as pessoas felizes consiste na sua erradicação do mercado de trabalho. Ninguém contrata directores de financeiros felizes, é um paradoxo, ninguém vai a um psicólogo sorridente, quem quer ser operado por um cirurgião que solta altas e largas gargalhadas, um político bem disposto significa um político saneado, veja-se o caso Celeste Cardona. Celeste Cardona, antiga Ministra da Justiça do Governo de Durão Barroso, embaraçava um parlamento inteiro com o seu largo sorriso e sonora gargalhada, embaraçava e constrangia tanto os seus sisudos e deprimidos pares que passados meses de ter tomado posse lhe surgiram dois aneurismas, obra da nossa eficiente polícia secreta como é evidente. Assim risos, sorrisos, boa disposição e felicidade de alguém no mercado de trabalho significa que é parva ou incompetente, na maioria dos casos significa as duas coisas.
Portugal nasceu triste e deprimido com um filho violento a bater numa mãe devassa e assim quer continuar utilizando para isso todos os mecanismos de segregação às pessoas que são felizes.
Imaginem encontrar alguém a quem perguntamos – Então como estás? – e obtemos como resposta – Feliz!!! – chega a ser arrepiante. A primeira coisa que nos passa pela cabeça é depois de ouvir tal insensatez é: - Coitadinha anda a tomar prozac! – É-nos inconcebível que alguém seja realmente feliz neste mundo. Alguém que diz sou feliz deveria ser internada e obrigada a ver telejornais da TVI de seis em seis horas durante meio ano.
Não há em Portugal lugar para pessoas felizes sofrendo estas das mais graves discriminações. As pessoas felizes não têm amigos porque toda gente triste e deprimida se sente ameaçada pois a felicidade é encarada como uma doença infecto-contagiosa, os portugueses gostam e querem ser tristes, têm breves momentos de intensa alegria para logo se afundarem na fortaleza do seu sofrimento, veja-se o Euro. É do conhecimento geral que o Estado teve que pagar à Grécia para Portugal perder, os portugueses já não aguentavam tamanha felicidade, era algo que nós sentíamos como uma morte lenta e dolorosa, um atentado ao seu precioso espírito triste, tantas vezes entendido como realismo, como fazer cócegas até à mais severa exaustão a quem não gosta de se rir. Outro paradigma do nosso deprimido status quo foi a Expo98 deprimimos tanto quando soubemos do orçamento do evento quanto nos divertimos euforicamente e orgulhámos e fizemos questão de dizer ao mundo que somos Portugueses aquando da realização do mesmo, depois voltámos a deprimir rigorosamente quando soubemos da dívida que a Expo nos tinha deixado como legado e esquecemos rapidamente o orgulho e a festa. Nesta altura voltámos ficar para além de tristes, esquizofrénicos.
Outra forma de descriminar as pessoas felizes consiste na sua erradicação do mercado de trabalho. Ninguém contrata directores de financeiros felizes, é um paradoxo, ninguém vai a um psicólogo sorridente, quem quer ser operado por um cirurgião que solta altas e largas gargalhadas, um político bem disposto significa um político saneado, veja-se o caso Celeste Cardona. Celeste Cardona, antiga Ministra da Justiça do Governo de Durão Barroso, embaraçava um parlamento inteiro com o seu largo sorriso e sonora gargalhada, embaraçava e constrangia tanto os seus sisudos e deprimidos pares que passados meses de ter tomado posse lhe surgiram dois aneurismas, obra da nossa eficiente polícia secreta como é evidente. Assim risos, sorrisos, boa disposição e felicidade de alguém no mercado de trabalho significa que é parva ou incompetente, na maioria dos casos significa as duas coisas.
Portugal nasceu triste e deprimido com um filho violento a bater numa mãe devassa e assim quer continuar utilizando para isso todos os mecanismos de segregação às pessoas que são felizes.
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