sexta-feira, 16 de abril de 2010

Le Gourmand

O Bubbly é um daqueles restaurantes com quem tenho uma marca afectiva. Esteve durante muitos dias registado na minha agenda de 2009. Andei por lá sentado com muita gente a discutir a vida e a conspirar negócios sempre vigiado de perto pelo Nelson (excelente chefe de mesa e ainda melhor escansão) que não me deixava faltar a coragem no copo.
É um restaurante com uma decoração masculina, muito minimalista onde estão patentes os pantones preto e cinzento com apontamentos de branco e bordeaux onde sobressai uma pequena, mas muito queirosiana , sala para os puristas do charuto que não os fumam no sítio onde comem. Talvez seja o único sítio em Lisboa onde se possa beber champanhe e comer ostras sem parecer pretensioso nem "french wanna be" apesar de eu ser um bocadinho dos dois.
Dos pratos tenho que destacar o "filete de cherne com fricassé de berbigão, polenta de figo seco e legumes salteados" (€19,80) pela frescura e erudição e o "coelho estufado em vinho e tomilho fresco, com favinhas guisadas, chalotas e nabos corados" (€16,80) pelo risco calculado bem conseguido. Nas sobremesas destaco muito pessoalmente, pois admito que não seja consensual, a "pêra confitada em espumante com ameixa, figo e frutos secos" (€5,90) pela simplicidade e requinte numa nostalgia outonal. Tudo isto se inicia sempre num ritual de ostras.
O Bubbly, que com naturalidade nos oferece Henriot ou um Billecart-Salmon, anda entre o kitsh e o chic depressa passa a trendy quando descobrimos que nasceu em pleno Bairro Alto e por lá está a ganhar raízes.


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