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Coimbra 2005
Há dias em que todo eu sou um grito mudo de desespero, o tormento de nada ser de em nada me tornar. Os meus olhos baços pedem por ajuda, a minha alma quer fugir, não quer compactuar com os meus caprichos, com esta vontade corporal de ser incerto, não a censuro, apenas lhe pedia que me deixasse ir com ela. Vivem em mim dois seres.
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